Hey! Eu estou neste ônibus!
Indiferente a paradoxal exclamação, o veículo partiu levando
consigo todas as expectativas da nova vida. A máquina sem sentimentos
afastou-se ligeira pela estrada poeirenta e, conforme o ronco de seu motor desvanecia a distância, o opressivo e solitário silêncio apoderou-se da velha
estação rodoviária. Nada mais do que um guichê ocupado por um funcionário, de
segunda a sexta, em horário comercial. Era sábado, portanto ninguém estaria
assistindo sua malograda tentativa de fuga. Subitamente o veículo parou. Os
faróis acenderam como o de Alexandria, a aguardar sua decisão.
Então, compreendeu-se no limiar do tempo, em suspensão na
linha da vida entre os dedos ágeis das três Moiras. As suas costas o passado
que desejava abandonar. A sua frente o futuro, tal qual uma miragem a lhe
esperar cheio de promessas. E no presente, a inquietante solidão de sua escolha.
O que fazer?
Retornar ao trabalho que não lhe trazia nenhum ânimo, porém
lhe garantia uma boa e estável vida? Fincar raízes? Retornar aos braços do amor
que oferecia nada além de segurança e certezas?
Ou lançar-se ao vento? Arriscar-se na Roda da Fortuna em
busca de aventuras cheias de perigos e medos. Buscar os arroubos de uma paixão
incontrolável e arriscar perder-se para sempre no desconhecido?
Dilema... Dilema... Quantas portas hão de abrir ou
fechar diante de ti.
Dilema...a vida é feita de escolhas, Deus queira sempre tenhamos janelas ou portas se abrindo quando arriscarmos e não tivermos sucesso...
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