segunda-feira, 15 de abril de 2013

Dilema.


Hey! Eu estou neste ônibus!

Indiferente a paradoxal exclamação, o veículo partiu levando consigo todas as expectativas da nova vida. A máquina sem sentimentos afastou-se ligeira pela estrada poeirenta e, conforme o ronco de seu motor desvanecia a distância, o opressivo e solitário silêncio apoderou-se da velha estação rodoviária. Nada mais do que um guichê ocupado por um funcionário, de segunda a sexta, em horário comercial. Era sábado, portanto ninguém estaria assistindo sua malograda tentativa de fuga. Subitamente o veículo parou. Os faróis acenderam como o de Alexandria, a aguardar sua decisão.

Então, compreendeu-se no limiar do tempo, em suspensão na linha da vida entre os dedos ágeis das três Moiras. As suas costas o passado que desejava abandonar. A sua frente o futuro, tal qual uma miragem a lhe esperar cheio de promessas. E no presente, a inquietante solidão de sua escolha.

O que fazer?

Retornar ao trabalho que não lhe trazia nenhum ânimo, porém lhe garantia uma boa e estável vida? Fincar raízes? Retornar aos braços do amor que oferecia nada além de segurança e certezas?

Ou lançar-se ao vento? Arriscar-se na Roda da Fortuna em busca de aventuras cheias de perigos e medos. Buscar os arroubos de uma paixão incontrolável e arriscar perder-se para sempre no desconhecido?

Dilema... Dilema... Quantas portas hão de abrir ou fechar diante de ti.

Um comentário:

  1. Dilema...a vida é feita de escolhas, Deus queira sempre tenhamos janelas ou portas se abrindo quando arriscarmos e não tivermos sucesso...

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