segunda-feira, 29 de abril de 2013

Para quem gosta de História

Olá incautos leitores desse blog.
Nos últimos dias as corujas estiveram ausentes, mas agora a mamata acabou!

E para retomar de onde paramos, hoje darei duas dicas de livro para quem gosta de história. Notadamente, sobre a história do nosso Brasil.

Três deles versam sobre um assunto que sempre será a cereja do bolo de todo interesse humano. Os outros versam mais precisamente sobre a formação desse povo único que é o brasileiro (para o bem e para o mal).

Comecemos então com o que interessa, afinal...

Sexo Vende!

Sim, meus caros e minhas caras. A máxima nunca foi tão verdadeira. Sexo vende. E como! Quem é rato de livraria (como eu) e que costuma zanzar por todas as prateleiras (ok, e não faço isso... eu pulo a sessão de auto-ajuda, mas só ela também...) já deve ter se deparado com a gigantesca quantidade de livros relacionados ao tema. Não apenas na literatura, já que os Cinquenta Tons vêm alavancando uma enxurrada de livros semelhantes (E curiosamente com capas muito parecidas, que substituíram os vampiros, igualmente parecidos...), mas também os livros de pesquisa histórica. Aqui vou citar três que li já há algum tempo.

Dois deles escritos pela historiadora Mary Del Priore: Ao Sul do Corpo: Condição feminina, maternidades e mentalidades do Brasil Colônia (excelente para quem quer saber como era a vida das mulheres desta terra neste período. Não se assuste se concluir que pouco mudou...). O outro é: Histórias Íntimas: Sexualidade e erotismo na história do Brasil. Enquanto o primeiro traz uma abordagem mais rica e cheia de curiosidades particulares, o segundo parece mais do mesmo. É certo que em Histórias Íntimas, a autora se dispõe a abordar um período mais longo a título de curiosidade geral e talvez seja por isso que ele deixe uma sensação de que poderia ser mais aprofundado.

O outro é Trópico dos Pecados: Moral, sexualidade e Inquisição no Brasil, de Ronaldo Vainfas. Um livro excelente que ajuda a compreender a razão dessa nossa... Digamos assim... Promiscuidade Puritana. Esse paradoxo universal de um povo que é moralista e ao mesmo tempo devasso. Parte liberal, parte conservador. Onde é absurdo fazer topless na praia, mas tudo bem dançar pelada na TV durante o carnaval. Recomendo muitíssimo!

Agora, deixando a safadeza de lado, vamos aos assuntos sérios (Se é que isso existe no Brasil).

Para quem não tem paciência ou força de vontade para ler os clássicos da formação histórica brasileira (Sérgio Buarque de Holanda; Gilberto Freire.. etc.), porém tem interesse pela história (algo que, nos últimos anos tem crescido entre os leitores brasileiros. Até que enfim!) pode sem vergonha nenhuma, abraçar as sugestões abaixo:

Os estrondoso bestseller de Laurentino Gomes: 1808 é um deles. Confesso que fiquei extremamente reticente em ler esse livro. Esperava uma abordagem anacrônica e cheia de interpretações fora de hora, típicas de quem não está imerso no campo em que se arrisca a discutir. Bem, mordi a língua. O livro é bom, bem escrito e conduzido. Cheio de curiosidades para leigos e conhecedores da história. A ideia de tomar um personagem em especial para contar as mudanças pelas quais passou a corte portuguesa na então colônia, foi genial. 
Seguindo seus passos, o próprio autor emendou com o que podemos chamar de continuação: 1822, que infelizmente não mantém o mesmo fôlego do primeiro. Não que seja de todo ruim, mas em alguns trechos ele torna-se repetitivo, especialmente para quem leu 1808 e principalmente para quem conhece a história da independência (que por favor! Não se resume ao grito do ipiranga!!!!).

E por fim, dos três aquele que mais gosto. Não se assuste com o tamanho do livro, a linguagem é fácil e a narrativa da autora uma delícia. As Barbas do Imperador, de Lilia Moritz Shwarcz, é sem dúvida um dos melhores livros sobre o Império, esse período tão incompreendido (e tão importante!) de nossa história. Conta praticamente a vida inteira de Pedro II, de sua infância sem os pais, sua adolescência cheia de responsabilidades, a pressão em torno de sua figura, seu fracasso na questão espinhosa do fim da escravidão, sua paixão pela ciência, até seu desterro forçado durante o golpe que instalou a república (O r minúsculo é proposital). Para quem tiver interesse, não perca a oportunidade é um livro excelente.


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